MINISTRO ASSEGURA PROPRIEDADES FAMILIARES NO PROCESSO DE LOTEAMENTO DO CAFU
Ondjiva- O ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, assegurou neste domingo, na comuna
de Ombala yo Mungo, província do Cunene, a salvaguarda das propriedades familiares durante o
processo de loteamento de terras ao longo do Canal do Cafu.
Falando no acto de lançamento da 1ª fase do loteamento de terras nas duas margens do Canal do Cafu, disse que não existirá expropriação de terrenos familiares como quimbos, lavras e parcela de reserva independentemente dos talhões disponíveis junto da comunidade.
Disse que o processo visa organizar o espaço e garantir maior segurança das propriedades, através da atribuição do título de propriedade de através da atribuição do título de propriedade definitivo que assegura e sua legalização e possibilita aceder ao crédito.
Segundo o governante, os espaços familiares serão divididos em talhões de 25 hectares cada, sendo que o proprietário poderá dispor entre um ou mais títulos, independentemente do tamanho, assim como serão criadas vias de acesso, para garantir maior mobilidade de animais e pessoas, e possibilitar a instalação de tubagens para levar água aos lotes.
À margem do processo de loteamento, disse que verificou com agrado os resultados obtidos a nível das Escolas de Campo Agrárias (ECAS), instaladas ao longo do canal, com a plantação de cana-de-açúcar, hortícolas e reservas de grandes quantidades de cereais.
No entanto, realçou a necessidade destes produtores fomentarem a actividade, mediante expansão das áreas de produção, assim como elevar os conhecimentos obtidos nas ECAs, no sentido de acelerar a produção e garantir maior rendimento alimentar e o fomento do emprego.
“O titular do poder Executivo, João Lourenço” quer ver este canal do Cafu verde a produzir alimentos diversificados e exportar para todo país, revertendo deste modo o grito de socorro da falta de alimentos devido a seca" enfatizou o Ministro
Indicou a produção em grande escala da cana-de-açúcar afim de ser exportada para a República da Namíbia, assim como das uvas, mamão e manga, cajú, associado à prática da pecuária.
O ministro ressaltou que com paciência e força de vontade os camponeses e criadores de gado podem plantar capim, para obterem a forragem de animal e evitar a prática da transumância devido a falta de pasto, e garantir carne de melhor qualidade.
Isaac dos Anjos apontou ainda a necessidade de se investir no fomento da produção de peixe em cativeiro, sendo para tal assegurado a formação de técnicos locais, que serão enviados a província do Cuanza Sul, no sentido de colherem experiências de instalação de tanques para criação do pescado.
Por seu turno, o director do gabinete de Estudo, Planeamento e Estatística do Ministério da Agricultura, Anderson Jerónimo, fez saber que o processo prevê a criação de mil e 200 parcelas, num trabalho conjunto entre o ministério e o governo da província.
Disse que a acção resulta de um concurso público, onde foram apuradas seis empresas que vão trabalhar na definição de cada lote de 200 parcelas com 25 hectares de cada que iniciará no intervalo de 300 metros de distância do canal.
A par dos lotes, disse que o processo engloba a abertura de 71 quilômetros de vias no intervalo de chimpacas, para um universo de 480 quilómetros.
Após o loteamento, seguir-se-á a aplicação de 36 marcos em betão e 405 estacas que delimitam o terreno de cada um dos produtores, cujo processo culminará com a titularidade de terrenos.
Já a governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, enalteceu a importância do processo que vai permitir organizar a distribuição de terrenos aos produtores, uma vez que a província não dispõe de capacidades técnicas para levar a cabo este trabalho.
“Devemos agradecer a iniciativa e apoio técnico do Ministério da Agricultura e Florestas em levar a cabo a actividade para garantir uma agricultura em larga escala e mais organizada”, sustentou.
A governadora augurou que acção do género seja extensiva ao longo dos perímetros dos projectos das barragens e canais associados do Calucuve e Ndue.
Inaugurado em Abril de 2022, o projecto do Cafu dispõe de uma extensão de 165 quilómetros, incluindo um canal principal de 47 km, ligando a estação a Ombala yo Mungo, e outros dois canais para as zonas de Ndombondola e Namacunde.
Com todo este trabalho o Cafu está a beneficiar 235 mil pessoas, 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.