• ANGOLA PARTICIPA NA SEGUNDA CIMEIRA DE SISTEMAS ALIMENTARES DAS NAÇÕES UNIDAS


    A República de Angola participou na 2.ª Cimeira das Nações Unidas sobre os Sistemas Alimentares mais Quatro Anos (UNFSS+4), representada pelo Ministro da Agricultura e Florestas Engº Isaac Francisco Maria dos Anjos, cuja a cerimónia de encerramento foi realizada a 29 de Julho de 2025, Adis Abeba, República da Etiópia.

    Durante dois dias de intensos debates, os países africanos, com base numa posição comum alinhada à Agenda 2063, apelaram a uma maior coordenação regional, à promoção da inovação tecnológica e ao acesso a financiamento previsível, com especial atenção aos pequenos produtores. Foram abordados desafios estruturais como as alterações climáticas, as perdas pós-colheita e a pobreza rural, ao mesmo tempo que se apresentaram soluções práticas, incluindo a expansão de culturas resilientes, o fortalecimento da agroindústria e a dinamização do comércio intra-africano. África reafirmou o seu vasto potencial agrícola e o compromisso conjunto de transformá-lo em sistemas alimentares mais resilientes, inclusivos e sustentáveis.

    Neste evento, Sua Excelência Isaac Francisco Maria dos Anjos, Ministro da Agricultura e Florestas da República de Angola, participou em representação de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana.

    Na sua intervenção, o Ministro da Agricultura angolano defendeu a necessidade de reforçar o alinhamento entre os investimentos internacionais e os planos nacionais, sublinhando que “a transformação dos sistemas alimentares exige esforços coordenados, previsíveis e sustentáveis”.

    Enfatizou que Angola tem envidado esforços consistentes para transformar intenções em acções concretas, orientando-se pelo Plano de Desenvolvimento Nacional 2023–2027, que estabelece reformas estruturais e políticas agrícolas com foco nos pequenos produtores. Nesse contexto, estão a ser implementados os Programas Territoriais de Desenvolvimento Agrário Integrado, concebidos para articular a produção local com o acesso aos mercados, a alimentação escolar e a inovação tecnológica, promovendo, de forma destacada, a inclusão de mulheres e jovens nas zonas rurais.

    Apesar dos progressos alcançados, o Ministro reconheceu que a transformação necessária ultrapassa as capacidades nacionais, apelando por um novo paradigma de financiamento internacional. Destacou o Corredor do Lobito como infraestrutura estratégica para a integração regional e a inclusão produtiva, sublinhando que a transformação dos sistemas alimentares, identificada como um dos sete aceleradores-chave no Segundo Relatório Nacional Voluntário sobre os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), requer respostas integradas e um compromisso renovado com o desenvolvimento sustentável.

    De realçar que a delegação angolana foi integrada pelo Embaixador Francisco José da Cruz, Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, EUA e Sua Excelência Josefa Leonel Correia Sacko, Embaixadora de Angola na Itália, em Roma.

    Por fim, o Ministro angolano afirmou que transformar os sistemas alimentares “não é apenas urgente — é uma oportunidade histórica para construir territórios mais resilientes, economias mais inclusivas e populações melhor nutridas”. Angola reafirmou a sua total disponibilidade para trabalhar com determinação e em parceria, a fim de transformar promessas em resultados concretos.